quarta-feira, agosto 22, 2007

Realismo Mágico.

Como um latino-americano, habitando estas terras tropicais que extasiaram, e que extasiam de fervor de espanto uma natureza desconhecida, sou jogado a escrever sobre um mundo hoje quase esquecido. Um mundo que desfalece em sonolência, angustiado pelo surgimento de um sempre novo, de um sempre despertar miscigenico ao amanhecer de um sonho, ou até mesmo, de um pesadelo.

O realismo mágico advém de uma gigantesca história de seus fundadores, uma história que não é apenas um movimento literário, um movimento estético que funda conceitos e formas para determinar aquilo que se faz por uma escrita. Longe disto, é preciso apenas para o realismo mágico desvelar uma temática, passear por costumes, crenças, atos, ações inerentes a seu respectivo território. Contudo, esta escrita não é um relato daquilo que é este território, daquilo que pode-se registrar como a realidade latino-americana. Pelo contrário, esta escrita se inscreve dentro do território sobrevoando-o, contornando linhas de uma imaginação coletiva. Autores como Jorge Luis Borges, Julio Cortazar, Mario Vargas Llosa, Pablo Neruda são personagens próprios de suas configurações territoriais.

O realismo fantástico, ou realismo mágico se porta como um delírio, um surto, um ataque de insônia levando o homem a loucura, uma busca incansável ao elixir da vida através da alquimia de Melquiades, uma longa viagem ao ceticismo parisiense onde histórias se entrecruzam, ou os ataques de loucura, os devaneios de um coronel, de um ditador.

Jorge Luis Borges

Este escritor argentino, nascido em 24 de agosto de 1899, é tido como um dos maiores literatos da América latina e precursor desta corrente literária. Desde jovem, fora dedicado aos estudos, principalmente, pela influencia da avó que aprendeu a língua inglesa juntamente com a lingua espanhola.

Mais tarde, em 1914, viaja com a família para Europa morando em Genebra onde cursa o ensino médio. Em 1919 mudou-se para a Espanha, onde participou dos movimentos sociais republicanos contra o governo ditador espanhol, entrando em contato com o movimento ultraísta. Em 1921 regressou a Buenos Aires e fundou com outros importantes escritores a revista Proa. Em 1923 publicou seu primeiro livro de poemas, Fervor de Buenos Aires. Desde essa época, adoece dos olhos, sofre sucessivas operações de cataratas e perde quase por completo a vista em 1955. Tempos depois se referiria à sua cegueira como "um lento crepúsculo que já dura mais de meio século".

Desde seu primeiro livro até a publicação de suas Obras Completas (1974) transcorreu cinqüenta anos de criação literária durante o qual Borges superou sua enfermidade escrevendo ou ditando livros de poemas, contos e ensaios, admirados hoje no mundo inteiro. Recebeu importantes distinções de diversas universidades e governos estrangeiros e numerosos prêmios, entre eles o Cervantes em 1980. Sua obra foi traduzida a mais de vinte e cinco idiomas e levada ao cinema e à televisão. Prólogos, antologias, traduções, cursos e conferências testemunham o esmero incansável desse grande escritor, que revolucionou a prosa em castelhano, como têm reconhecido sem exceção seus contemporâneos.

Borges faleceu em Genebra no dia 14 de junho de 1986.

JORGE LUIS BORGES“Não sou possuidor de uma estética. O tempo me ensinou algumas astúcias: evitar os sinônimos que têm a desvantagem de sugerir diferenças imaginárias; evitar hispanismos, argentinismos, arcaísmos e neologismos; preferir as palavras habituais, as palavras assombrosas; intercalar no relato traços circunstanciais exigidos pelo leitor; simular pequenas incertezas, já que, se a realidade é precisa, a memória não o é; narrar os fatos (isto eu aprendi com Kipling e nas sagas de Islândia) como se não os entendesse totalmente; recordar que as normas anteriores não são obrigações, e que o tempo se encarregará de aboli-las. Tais astúcias ou hábitos não configuram certamente uma estética. Ademais, descreio das estéticas. Geralmente não passam de abstrações inúteis, variam para cada escritor e ainda para cada texto, e não podem ser outra coisa senão estímulos ou instrumentos ocasionais.” (Entrevista concedida a Folha de S. Paulo, em 26 de agosto de 1979)



CONTOS ESCOLHIDOS
JORGE LUIS BORGES





Gabriel García Márquez


Gabriel José García Márquez nasceu em 1928, em Aracataca (Colômbia), e foi criado na casa de seus avós maternos. Completou os primeiros estudos em arranquilla e Bogotá. Chegou a iniciar o curso de direito, mas logo enveredou para o jornalismo.



Em 1955, viajou para a Europa como correspondente do El Espectador. No final dos anos 50, de volta às Américas, trabalha em Caracas (Venezuela) e em Nova York, onde dirigiu a agência de notícias Prensa Latina.


Em 1960, García Márquez muda-se para a Cidade do México e começa a escrever roteiros para cinema. Publica então seu primeiro livro de ficção, Ninguém Escreve ao Coronel, e aquele que seria seu romance mais conhecido, Cem Anos de Solidão (1967). Até 1975, García Márquez viveria na Espanha. Em 1981, volta para a Colômbia; acusado pelo governo de colaborar com a guerrilha, exila-se no México.

Em 1982, recebe o Prêmio Nobel de Literatura.

O escritor retorna ao jornalismo em 1999, quando passa a dirigir a revista Cambio. Em 2001, publica Viver Para Contá-la, primeiro volume de sua autobiografia. García Márquez é o autor de Crônica de uma Morte Anunciada (1981), O Amor nos Tempos do Cólera (1985), O General em Seu Labirinto (1989) e Notícias de um Seqüestro (1996), entre outros livros de ficção, memória e reportagem.

GARCÍA MÁRQUEZ“Hemingway dizia que todo livro terminado é como um leão morto. E eu penso exatamente da mesma maneira: a angústia e a tensão estão na máquina de escrever, uma vez que o livro terminou preocupo-me muito pouco. A pior coisa da literatura é começar a escrever.” (Entrevista concedida a revista VEJA, em agosto de 1980)
http://veja.abril.com.br/especiais/35_anos/p_054.html




CEM ANOS DE SOLIDÃO
GABRIEL GARCÍA MARQUEZ

terça-feira, junho 12, 2007

Onde foi parar a camisinha?

Por Ana Flávia, autorizado por ABIDORAL
Onde foi parar a camisinha?Ainda me surpreendo como em tempos de aids e outras doenças sexualmente transmíssiveis as pessoas pouco se preocupam em se prevenir. É muito raro eu estar com alguém que na hora H tenha uma camisinha à mão. E se eu não tenho, ainda ganho um olhar reprovador.Seria muita hipocrisia da minha parte dizer que nunca deixei de fazer algo por falta dela, mas enfim, geralmente isso é evitado. Acabamos muitas vezes confiando na carinha saudável, mas estamos carecas de saber que isso não diz absolutamente nada.De vez em quando eu lembro de comprar preservativo, mas confesso que sou meio lesada e por isso costumo ficar na mão. Hoje fui na farmácia fazer pesquisa depois de uma chupada de dedo no domingão. Fiquei longos minutos tentando imaginar qual é a melhor e discutindo com uma amiga as opções. Sou mesmo bem ruim nisso. Meus amigos gays recomendam preserv, já meus amigos heteros preferem jontex [que os gays dizem que sempre estoura]. Além da marca temos ainda outro item a considerar: a dimensão! Afinal já vi caso da camisinha não dar conta do que tinha que encarar e ficou parecendo uma touquinha.Então sendo uma mulher solteira e cercada de desprevenidos [para ser sutil], resolvi colaborar com minha vida sexual comprando diferentes tipos: grande, normal, light, preserv, jontex... assim fico um bom tempo sem ter que me preocupar e ainda não corro o risco de ficar na mão por ter escolhido o modelo errado ou pelo moçoilo ter tremeliques ao se deparar com alguma marca que resgate algum trauma perdido [odeio traumatizados].E para não quebrar o clima, o melhor é deixa-las espalhadas pelo criado-mudo e na hora certa olhar maliciosamente para o lado deixando claro que na mão eu não vou ficar, mas que eles poderiam ser mais colaborativos, ah, eles poderiam!Ainda me surpreendo como em tempos de aids e outras doenças sexualmente transmíssiveis as pessoas pouco se preocupam em se prevenir. É muito raro eu estar com alguém que na hora H tenha uma camisinha à mão. E se eu não tenho, ainda ganho um olhar reprovador.Seria muita hipocrisia da minha parte dizer que nunca deixei de fazer algo por falta dela, mas enfim, geralmente isso é evitado. Acabamos muitas vezes confiando na carinha saudável, mas estamos carecas de saber que isso não diz absolutamente nada.De vez em quando eu lembro de comprar preservativo, mas confesso que sou meio lesada e por isso costumo ficar na mão. Hoje fui na farmácia fazer pesquisa depois de uma chupada de dedo no domingão. Fiquei longos minutos tentando imaginar qual é a melhor e discutindo com uma amiga as opções. Sou mesmo bem ruim nisso. Meus amigos gays recomendam preserv, já meus amigos heteros preferem jontex [que os gays dizem que sempre estoura]. Além da marca temos ainda outro item a considerar: a dimensão! Afinal já vi caso da camisinha não dar conta do que tinha que encarar e ficou parecendo uma touquinha.Então sendo uma mulher solteira e cercada de desprevenidos [para ser sutil], resolvi colaborar com minha vida sexual comprando diferentes tipos: grande, normal, light, preserv, jontex... assim fico um bom tempo sem ter que me preocupar e ainda não corro o risco de ficar na mão por ter escolhido o modelo errado ou pelo moçoilo ter tremeliques ao se deparar com alguma marca que resgate algum trauma perdido [odeio traumatizados].E para não quebrar o clima, o melhor é deixa-las espalhadas pelo criado-mudo e na hora certa olhar maliciosamente para o lado deixando claro que na mão eu não vou ficar, mas que eles poderiam ser mais colaborativos, ah, eles poderiam!