quarta-feira, agosto 22, 2007

Realismo Mágico.

Como um latino-americano, habitando estas terras tropicais que extasiaram, e que extasiam de fervor de espanto uma natureza desconhecida, sou jogado a escrever sobre um mundo hoje quase esquecido. Um mundo que desfalece em sonolência, angustiado pelo surgimento de um sempre novo, de um sempre despertar miscigenico ao amanhecer de um sonho, ou até mesmo, de um pesadelo.

O realismo mágico advém de uma gigantesca história de seus fundadores, uma história que não é apenas um movimento literário, um movimento estético que funda conceitos e formas para determinar aquilo que se faz por uma escrita. Longe disto, é preciso apenas para o realismo mágico desvelar uma temática, passear por costumes, crenças, atos, ações inerentes a seu respectivo território. Contudo, esta escrita não é um relato daquilo que é este território, daquilo que pode-se registrar como a realidade latino-americana. Pelo contrário, esta escrita se inscreve dentro do território sobrevoando-o, contornando linhas de uma imaginação coletiva. Autores como Jorge Luis Borges, Julio Cortazar, Mario Vargas Llosa, Pablo Neruda são personagens próprios de suas configurações territoriais.

O realismo fantástico, ou realismo mágico se porta como um delírio, um surto, um ataque de insônia levando o homem a loucura, uma busca incansável ao elixir da vida através da alquimia de Melquiades, uma longa viagem ao ceticismo parisiense onde histórias se entrecruzam, ou os ataques de loucura, os devaneios de um coronel, de um ditador.

Jorge Luis Borges

Este escritor argentino, nascido em 24 de agosto de 1899, é tido como um dos maiores literatos da América latina e precursor desta corrente literária. Desde jovem, fora dedicado aos estudos, principalmente, pela influencia da avó que aprendeu a língua inglesa juntamente com a lingua espanhola.

Mais tarde, em 1914, viaja com a família para Europa morando em Genebra onde cursa o ensino médio. Em 1919 mudou-se para a Espanha, onde participou dos movimentos sociais republicanos contra o governo ditador espanhol, entrando em contato com o movimento ultraísta. Em 1921 regressou a Buenos Aires e fundou com outros importantes escritores a revista Proa. Em 1923 publicou seu primeiro livro de poemas, Fervor de Buenos Aires. Desde essa época, adoece dos olhos, sofre sucessivas operações de cataratas e perde quase por completo a vista em 1955. Tempos depois se referiria à sua cegueira como "um lento crepúsculo que já dura mais de meio século".

Desde seu primeiro livro até a publicação de suas Obras Completas (1974) transcorreu cinqüenta anos de criação literária durante o qual Borges superou sua enfermidade escrevendo ou ditando livros de poemas, contos e ensaios, admirados hoje no mundo inteiro. Recebeu importantes distinções de diversas universidades e governos estrangeiros e numerosos prêmios, entre eles o Cervantes em 1980. Sua obra foi traduzida a mais de vinte e cinco idiomas e levada ao cinema e à televisão. Prólogos, antologias, traduções, cursos e conferências testemunham o esmero incansável desse grande escritor, que revolucionou a prosa em castelhano, como têm reconhecido sem exceção seus contemporâneos.

Borges faleceu em Genebra no dia 14 de junho de 1986.

JORGE LUIS BORGES“Não sou possuidor de uma estética. O tempo me ensinou algumas astúcias: evitar os sinônimos que têm a desvantagem de sugerir diferenças imaginárias; evitar hispanismos, argentinismos, arcaísmos e neologismos; preferir as palavras habituais, as palavras assombrosas; intercalar no relato traços circunstanciais exigidos pelo leitor; simular pequenas incertezas, já que, se a realidade é precisa, a memória não o é; narrar os fatos (isto eu aprendi com Kipling e nas sagas de Islândia) como se não os entendesse totalmente; recordar que as normas anteriores não são obrigações, e que o tempo se encarregará de aboli-las. Tais astúcias ou hábitos não configuram certamente uma estética. Ademais, descreio das estéticas. Geralmente não passam de abstrações inúteis, variam para cada escritor e ainda para cada texto, e não podem ser outra coisa senão estímulos ou instrumentos ocasionais.” (Entrevista concedida a Folha de S. Paulo, em 26 de agosto de 1979)



CONTOS ESCOLHIDOS
JORGE LUIS BORGES





Gabriel García Márquez


Gabriel José García Márquez nasceu em 1928, em Aracataca (Colômbia), e foi criado na casa de seus avós maternos. Completou os primeiros estudos em arranquilla e Bogotá. Chegou a iniciar o curso de direito, mas logo enveredou para o jornalismo.



Em 1955, viajou para a Europa como correspondente do El Espectador. No final dos anos 50, de volta às Américas, trabalha em Caracas (Venezuela) e em Nova York, onde dirigiu a agência de notícias Prensa Latina.


Em 1960, García Márquez muda-se para a Cidade do México e começa a escrever roteiros para cinema. Publica então seu primeiro livro de ficção, Ninguém Escreve ao Coronel, e aquele que seria seu romance mais conhecido, Cem Anos de Solidão (1967). Até 1975, García Márquez viveria na Espanha. Em 1981, volta para a Colômbia; acusado pelo governo de colaborar com a guerrilha, exila-se no México.

Em 1982, recebe o Prêmio Nobel de Literatura.

O escritor retorna ao jornalismo em 1999, quando passa a dirigir a revista Cambio. Em 2001, publica Viver Para Contá-la, primeiro volume de sua autobiografia. García Márquez é o autor de Crônica de uma Morte Anunciada (1981), O Amor nos Tempos do Cólera (1985), O General em Seu Labirinto (1989) e Notícias de um Seqüestro (1996), entre outros livros de ficção, memória e reportagem.

GARCÍA MÁRQUEZ“Hemingway dizia que todo livro terminado é como um leão morto. E eu penso exatamente da mesma maneira: a angústia e a tensão estão na máquina de escrever, uma vez que o livro terminou preocupo-me muito pouco. A pior coisa da literatura é começar a escrever.” (Entrevista concedida a revista VEJA, em agosto de 1980)
http://veja.abril.com.br/especiais/35_anos/p_054.html




CEM ANOS DE SOLIDÃO
GABRIEL GARCÍA MARQUEZ

terça-feira, junho 12, 2007

Onde foi parar a camisinha?

Por Ana Flávia, autorizado por ABIDORAL
Onde foi parar a camisinha?Ainda me surpreendo como em tempos de aids e outras doenças sexualmente transmíssiveis as pessoas pouco se preocupam em se prevenir. É muito raro eu estar com alguém que na hora H tenha uma camisinha à mão. E se eu não tenho, ainda ganho um olhar reprovador.Seria muita hipocrisia da minha parte dizer que nunca deixei de fazer algo por falta dela, mas enfim, geralmente isso é evitado. Acabamos muitas vezes confiando na carinha saudável, mas estamos carecas de saber que isso não diz absolutamente nada.De vez em quando eu lembro de comprar preservativo, mas confesso que sou meio lesada e por isso costumo ficar na mão. Hoje fui na farmácia fazer pesquisa depois de uma chupada de dedo no domingão. Fiquei longos minutos tentando imaginar qual é a melhor e discutindo com uma amiga as opções. Sou mesmo bem ruim nisso. Meus amigos gays recomendam preserv, já meus amigos heteros preferem jontex [que os gays dizem que sempre estoura]. Além da marca temos ainda outro item a considerar: a dimensão! Afinal já vi caso da camisinha não dar conta do que tinha que encarar e ficou parecendo uma touquinha.Então sendo uma mulher solteira e cercada de desprevenidos [para ser sutil], resolvi colaborar com minha vida sexual comprando diferentes tipos: grande, normal, light, preserv, jontex... assim fico um bom tempo sem ter que me preocupar e ainda não corro o risco de ficar na mão por ter escolhido o modelo errado ou pelo moçoilo ter tremeliques ao se deparar com alguma marca que resgate algum trauma perdido [odeio traumatizados].E para não quebrar o clima, o melhor é deixa-las espalhadas pelo criado-mudo e na hora certa olhar maliciosamente para o lado deixando claro que na mão eu não vou ficar, mas que eles poderiam ser mais colaborativos, ah, eles poderiam!Ainda me surpreendo como em tempos de aids e outras doenças sexualmente transmíssiveis as pessoas pouco se preocupam em se prevenir. É muito raro eu estar com alguém que na hora H tenha uma camisinha à mão. E se eu não tenho, ainda ganho um olhar reprovador.Seria muita hipocrisia da minha parte dizer que nunca deixei de fazer algo por falta dela, mas enfim, geralmente isso é evitado. Acabamos muitas vezes confiando na carinha saudável, mas estamos carecas de saber que isso não diz absolutamente nada.De vez em quando eu lembro de comprar preservativo, mas confesso que sou meio lesada e por isso costumo ficar na mão. Hoje fui na farmácia fazer pesquisa depois de uma chupada de dedo no domingão. Fiquei longos minutos tentando imaginar qual é a melhor e discutindo com uma amiga as opções. Sou mesmo bem ruim nisso. Meus amigos gays recomendam preserv, já meus amigos heteros preferem jontex [que os gays dizem que sempre estoura]. Além da marca temos ainda outro item a considerar: a dimensão! Afinal já vi caso da camisinha não dar conta do que tinha que encarar e ficou parecendo uma touquinha.Então sendo uma mulher solteira e cercada de desprevenidos [para ser sutil], resolvi colaborar com minha vida sexual comprando diferentes tipos: grande, normal, light, preserv, jontex... assim fico um bom tempo sem ter que me preocupar e ainda não corro o risco de ficar na mão por ter escolhido o modelo errado ou pelo moçoilo ter tremeliques ao se deparar com alguma marca que resgate algum trauma perdido [odeio traumatizados].E para não quebrar o clima, o melhor é deixa-las espalhadas pelo criado-mudo e na hora certa olhar maliciosamente para o lado deixando claro que na mão eu não vou ficar, mas que eles poderiam ser mais colaborativos, ah, eles poderiam!

terça-feira, maio 15, 2007

Tristesse.

O que seria a tristeza? Haveria de alguma forma propor um conceito fiel a tal estado de espírito? De certo que, poderia opor a outro estado de espírito que é recorrente à afecção do homem – a felicidade, nos é dada, em evidência, como um estado afirmativo de uma alma quanto à vida, sendo de tal forma uma oposição à negatividade da tristeza.

Mas, ainda sim, seria satisfatório tomar conceitos abstratos reduzindo-se a uma evidência daquilo que é por afirmativo e negativo? Se caso correto, a univocidade do individuo não estaria afetada? Parece que tais definições obscurecem ainda mais o individuo, sabendo que, em sua individualidade, a afirmação e negação são inerentes quanto ao seu pensar, quanto aos estados que se sucedem à sua particularidade existencial.

Antes, mesmo que pareça e seja ainda insatisfatório, recorro a uma questão sobre as demais postagens escritas para justificá-las. Justificá-las pois, é desta mesma questão, acima citada, que irá discorrer o problema quanto às individualidades exprimidas pela Internet – ou, sendo mais incisivo, quanto à produção deste meio técnico de formas individualizadas de pensar.

Conquanto, será necessário deixar claro que; a justificativa dada não será tratada como uma resposta eficiente. Eficiente – enfatizo – pois não será possível um estudo que compreenderá a complexidade do tema. Tal complexidade é possível de se perceber quanto às questões que se abrem tanto explicitamente, e tanto implicitamente ao discorrer sobre tal questão: o meio técnico como forma de produção de individualidades. Doravante, questões tais como; o meio técnico, a produção de saber, a univocidade, a existência do homem, dentre outras que aqui se revela são questões que irão ficar suspensas para serem abordadas posteriormente.

Com efeito, cabe aqui apenas alentar sobre o tema que se propõe. Em virtude, desta maneira, do já enunciado aventuro-me à questão e, inocentemente, salto às questões que se abrem, que pedem a serem respondidas. Salto para outro problema que é crucial para aquilo que se remete a individualidades na Internet, a saber;

Este meio técnico seria produto da individuação daqueles que o escrevem?

Recorro aqui a Derrida, mesmo não querendo recorrer a qualquer citação, pois não haveria porque reduzir um pensamento tão vasto a um texto tal como este, porém; “não há nada fora do texto” pois é nele que se submete não só o pensar que o habita, mas ‘rastros’ de outras formas de pensar que lhe são diferentes, logo, é nele mesmo que se afirma e que o supera.

Operei aqui a uma proposição para levantar o tema a ser abordado nesta postagem. Tomar algo mundano como a tristeza, que se remete às experiências cotidianas, num meio de produção incessantes de individualidades, banalizaria qualquer demonstração do assunto. Desta forma, precisaria demonstrar que é no cotidiano mesmo que tanto o texto quanto o meio técnico opera. Ora, é no ser que o ente se demonstra, ou seja, o individuo existe quanto ao acontecimento, para a experiência de ser, assim, o texto quanto acontecimento é para o mundo, e é para a técnica que se faz presente no mundo.

Por fim, deixo aqui o tema ou o problema que me é entristecedor, aquilo que ouvi recentemente e espantou-me, negativamente;

“Eu quero sentir meu corpo”.
Aqui jaz a decadência do homem atual.

quarta-feira, maio 09, 2007

Seis noções leigas para começar a entender literatura ocidental

* Já faz um bom tempo que não se pega mais nêgas com poesia...

- Você já assistiu a "Sociedade dos Poetas Mortos"? Abstraia;

- Nunca confunda Best Sellers com Clássicos (de qualquer época);

- Desconfie do que diz seu professor de literatura do Ensino Médio;

- Críticas acerca de um livro que você não leu, não têm valor; conquanto tragam certo conhecimento;

- Linguagem poética: linguagem centrada na mensagem (não no emissor, no receptor, ou no referente, ou metalinguagem). Linguagem, pois, de criação/recriação;

- Observar, num poema, como o autor trabalha com melopéia, fanopéia e logopéia. Isso é poesia. Que não é divã psicanalítico - já dizia Mário Faustino.

terça-feira, abril 24, 2007

A Direita "Socialista"

Ideologia, eu quero uma pra viver, pedia Cazuza há quinze anos, em vão. Hoje certamente dispensaria qualquer uma, cortaria esse papo idiota e faria uma canção de amor. Mas se divertiria em saber que mais de um terço dos eleitores da ultra-esquerdista Heloisa Helena se declararam de direita. Como se sente a feroz senadora ao ser apoiada por esses peçonhentos ? Talvez ela acredite que a direita heloisista seja não-peçonhenta, uma direita do bem. Lula só chegou ao poder e só vai se manter nele com o apoio da direita, a mesma que é sempre acusada por ele de conspirar para desestabilizar o governo popular e de ser responsável por tudo de ruim que acontece no país há 500 anos.
Mas é cada vez mais difícil entender o que para Lula são as elites e o que é a direita, além de grandes vilões de nossa história. Como definir essa massa amorfa e colossal que forma a direita lulista ? Será que o povão confunde ser de direita com ser direito ? Acho que não, já que esse pessoal vota maciçamente em mensaleiros e sanguessugas e não se importa se o presidente sabia ou não, desde que não perca a Bolsa Família.
Já as elites devem ser os ricos, que são sempre vorazes e cruéis, que ficam furiosos ao ver os pobres comerem, como diz Lula, assim como a direita dizia que os comunistas comiam criancinhas. A esquerda e o povo são bons, a elite é má e de direita.
Menos a elite sindical, dos movimentos estudantis e a estatal, a elite petista e a peemedebista e a elite dos partidos corruptos porque são as elites lulistas.
Por ignorância, burrice ou esperteza demais, por desilusão, cinismo ou oportunismo, a ideologia dominante no Brasil hoje não é de esquerda nem de direita, é o lulismo. E é aí que mora o perigo.

texto originalmente escrito em 2006

terça-feira, fevereiro 13, 2007

O barco.

Há algo aqui que reduz uma compilação de versos (talvez seja a imprudência quanto ao passado), uma compilação mutante de espasmos, de jogos rítmicos que sobrevoem esta tela. De certo que não. Não reduziria a versificação a tal juízo, conquanto, atesto a incapacidade de demonstração de afetos que não seduzem além de um furto ao pastel de cabelos, ou ao uso da peia como membro permanente do clube da esquina, comumente chamado de planeta vermelho, um velho navio encalhado à frente do mar.

Besteiras a parte, creio que esta não-versificação deduz algo que impossibilita um apego tenaz, as proezas de um ignóbil homem das meias-palavras, aquelas que se usam quando calça um sapato. Sapato este que doi os pés, aos calos e bolhas de sangue, em um andar apressado, explicitamente, um andar caricato. A dedução seria por demais infantil se não adentrasse ao estilo cômico e fugaz da percepção, como de um pocotó (sabiamente traduzido por abidoral) a espreita de um lânguido busto para condecorar. E por alguma razão, impulsiona um gesto grotesco que alcova metro por metro de tua língua.

Mas, a incapacidade para a língua está atenta, minha língua está atenta ao reboliçar, a salivar um líquido capaz de digerir certos preâmbulos. Assim, 'a autoria de uma novidade qualquer' pudesse dizer que os putos do passado já o fizeram, para desnutrir ainda mais a capacidade do divertimento da escritura e saborear as cantigas de Camões. Aí de mim desses novos poetas.

Congêneres de lado, aportou um ciático revés à estética frotteuristica, ao pensar versificado dedico meu infortúnio com um apontamento:

Não me faça declamar;
poetas de palavras estranhas.


Os Argonautas

O barco, meu coração não aguenta
Tanta tormenta, alegria
Meu coração não contenta
O dia, o marco, meu coração, o porto, não

Navegar é preciso, viver não é preciso

O barco, noite no céu tão bonito
Sorriso solto perdido
Horizonte, madrugada
O riso, o arco, da madrugada
O porto, nada

Navegar é preciso, viver não é preciso

O barco, o automóvel brilhante
O trilho solto, o barulho
Do meu dente em tua veia
O sangue, o charco, barulho lento
O porto silêncio

Navegar é preciso, viver não é preciso

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Método jornalístico de entrevista,* Ping-Pong.

* por motivos desconhecidos, talvez por pura convenção ou por um motivo artístico qualquer, essa vírgula ainda figura aí como se estivesse a indicar um vocativo.

- Atendendo a inúmeros pedidos, resolvemos publicar a inédita entrevista com o novo colaborador do Blog, ainda sob a práxis ping-pongneana, mas desta vez dentro da óptica do “caô” kantiano, uma forma evoluconária de afetar as nuanças nas entrelinhas do discurso.
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O leitor: Por que ler o Blog Frotteurismo, já que a atual conjuntura econômico-filológia nacional não dá vazão ao encalque maniqueísta?

Bacondê Zungu: Respeitando as idiossincrasias e cacoetes, e não deixando de relevar o pragmatismo gurugumba, fí-lo porque quí-lo, na medida em que a ação não interfere na discução telológica dos percalços ascéticos. É como disse E. Pound numa certa ocasião: “tutto bellissimo, ma non ‘fonctiona”; e nem por isso a estética pós-vanguardista deixou de ser tema chave em discussões acadêmicas. Ler o Frotteurismo é subssumir, além das desventuras ao pélago da alma na perspectiva solene da imanência secular, a expressiva fonte de concupiscência Abidoraliana num tempo-espaço divergente do kitche ordinário de outros blogs. É uma experiência não só por demais estática e extática, mas também malas-artes.

O leitor: Ultimamente tem-se veiculado amiúde, principamente na mídia virtual, a relação entre o despertar da Nova Era de Aquário e as tendêcias tectônicas de sinapses reticentes na configuração do olhar semiótico. De que opinão é o senhor?

B.Z.: Prefiro me abster dessa discussão.

O leitor: E por que o senhor prefere abster-se dessa discussão?

B.Z.: Há muitas controvérsias. Recém-descobertos achados psicográficos de Chico Xavier revelaram ambiguidades na conduta argumentativa de “Assim Falou Zaratustra”, apontadas por seu próprio autor. Isso deve alterar substancialmente o encaminhamento das discussões...

O leitor: Qual a origem do Bacondê Zungu?

B.Z.: É evidente: Zungu é sobrenome paterno; Bacondê, materno.

O leitor: Infelizmente já terminaram as perguntas. O senhor é sempre tão arguto e preciso?

B.Z.: Não. Depende da desconversa, se é tíbia ou perniciosa...

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Série de Aforismos, Parte 1.



1 - Os bem-aventurados que se jogam aos cônjuges da vida, saberão distinguir os extremos que esta íngreme silhueta espreita. O Cuidar de si está no cônjuge.

2- Os bem-aventurados que se jogam aos cônjuges da vida escutai; "Não cairás mesmo depois de uma surra."

3- Os bem-aventurados que se jogam aos cônjuges da vida escutai; "Ao tomar esta bela surra, tornar-se-á um bêbado que espreita a escuridão cambaleando a deriva de seus instintos."

4- Os bem-aventurados que se jogam aos cônjuges da vida escutai; "Sofrerás o medo, o vicio por sede, mas àqueles onde a parcimônia habita não tomarás a cegueira como causa final onde os efeitos desta bela surra o faz doente de seu desejo."

5- Os bem-aventurados que se jogam aos cônjuges da vida escutai; "A doença que o aflige e que o persegue faz-se pelo medo da perda, superar este medo é a potência para o devir."

terça-feira, janeiro 23, 2007

20 DICAS PRA NÃO SER UM POCOTÓ

Você tem a sensação de que o brasil está ficando burro? Existe uma carencia de reflexao sobre o país, seus problemas, oportunidades. Sob um ponto de visa diferente; de um cara especialista na arte do sexo, amor, mulheres,...de um babaca intelectual da medicridade simplista e superficial tão comuns em nossa midia, a TV , o Rádio..., enfim um reflexo feito por mim (ABIDORAL) sobre a inocência (ou ignorância) do povo brasileiro ao aceitar o que lê, ouve ou assiste em horário nobre.

* POCOTÓ: imbecil brasileiro tirado a intelectuóide, bostético, ingnorante, inoperante, trabalhador, pobre, analfabeto, despolitizado, merda , manipulado, passivo, a midia manda nele, na educação de sua mulher de seus filhos, da sua mamae, ...os cara dos arroxa, seresta, pagode....

como deixar de ser um pocoto?

1.EVITAR NOTÍCIAS RUINS-Hoje mais da metade do que se vê e ouve são informações negativas, abordando coisas ruins. Fazem sucesso entre as pessoas negativas ou más. Seja diferente, evitando-as. Habitue-se a não vê-las ou lê-las. Tendo que fazê-lo, não lhes dê maior atenção.

2.NÃO VER PROGRAMAS TOLOS-Outros não abordam coisas ruins, mas primam por não acrescentar nada de útil. Tomam tempo e quase nada acrescentam. Só servem para passar o tempo, que assim é perdido para quem tem muito a conquistar.

3.FUGIR DA CONVERSA FIADA-Muito do que se fala no dia a dia é puro papo furado. Coisas do tempo, como era no passado. O pior é que por educação somos obrigados a concordar e às vezes até a acrescentar algo, quando não a entrarmos neste clima de pessimismo e derrotismo.

4.DISPENSAR PROGRAMAS FÚTEIS-Boa parte dos convites que recebemos envolvem atividades que não nos servem para nada ou só nos aborrecem. Normalmente partem de quem não tem o que fazer e por falta disto, aceitam estas e passam a tentar conquistar companhia. Evite.

5.NUNCA FAZER SÓ POR FAZER-Algumas de nossas atividades, principalmente as rotineiras,(sexo, transas) nos induzem ao cumprir apenas com a obrigação. Outras não são nossa conta e por ocupar tempo as executamos. Não entre neste meio, se for para fazer, faça sempre bem feito. Não sendo importante, procure uma forma de que outros o façam.

6.EVITAR PESSOAS CHATAS-Nunca imagine que o pior é ter que agüentá-las, por que este é o menor mal. Os chatos não só aborrecem, desmotivam e contaminam. Isto mesmo, um dos maiores riscos é exatamente incorporarmos algumas chatices e sem perceber... como os chatos.

7.NÃO ANDAR COM GENTE BURRA-Como a dica anterior acontece pela convivência com os que não quiseram ou querem aprender. Sim porque os que não puderam, tem sua consciência e não ficam por aí tentando as demais pessoas. Os perigosos são os que pensam e defendem que o conhecimento não serve para nada, ser pura perda de tempo. Nem tente convencê-los do contrário.

8.FUGIR DAS AMIZADES INTERESSEIRAS-A quase totalidade destas pessoas só lembra de nós quando precisam de alguma coisa, sem nada nos colocarem em troca(como as prima, amiguinhas do sexo, as negas). Não acrescentam nada e nunca nos favorecem ou retribuem. Como prova de interesse, experimente negar-lhes algumas vezes. Para a maioria, esta é a solução, visto que se não atendidas somem.

9.DISPENSAR TODOS OS PEDANTES-Principalmente aos que gostam de exibir conhecimentos que não tem,os "donos da verdade" e assim imcompatíveis a qualquer outra posição ou argumentação. Afora a irritação que costumam causar, está o risco de nos tornarmos pelo convívio, pessoas igualmente pedantes.

10.NUNCA ACOMPANHAR PESSIMISTAS-O otimista pode se enganar, mas o pessimista já nasce desenganado. Condenam a si próprios, os pessimistas, estão quase sempre tentando levar consigo os desavisados, que talvez por não estarem muito firmes de suas posições terminam por se tornarem pessimistas também.

11.PROCURAR SÓ COISAS BOAS-(isso inclui as mulhere ohohoh)Esteja certo que muitas das coisas ruins são parte da vida e não precisam ser procuradas(como mulher feia!!). São nossa cota por estarmos neste mundo. Sendo assim não precisam ser buscadas. Ao sair em busca, persiga só o que for bom. Seja crítico e implacável consigo mesmo, só se deixando levar para o que realmente vale a pena.(e nao as pivetas do bairro industrial de plantao)

12.SIM ÀS PESSOAS ALEGRES-Não tendo se contagiado e achando que de amargo e azedo basta a vida, como pensam os pessimistas, vá sempre em busca das pessoas alegres para seu convívio cotidiano(como Abidoral). Além de si mesmo, somente elas(as negas é claro) têm o poder de tornar nossa vida sempre mais agradável, além de serem um seguro para o bom humor.

13.BUSCAR LEITURAS PROVEITOSAS-Algumas por passa tempo e sempre que possível em busca do conhecimento. Seja criterioso, porque cada vez mais temos menos tempo para ler, mesmo quando conscientes de sua necessidade. Visto que a boa leitura deixa sempre um gosto doce de saber.

14.CONQUISTAR BONS AMBIENTES-Para os verdadeiramente bons, só alguns poucos são os chamados. Boa parte das vezes por já fazerem parte deste seleto meio(de pessoas alegres e mulheres boas e interessantes) e noutras por merecimento. Não sendo do primeiro grupo, trate de justificar sua inclusão no segundo, pelo conjunto de seus atos e obras.

15.SEMPRE ANDAR DE BOM HUMOR-Não é fácil no mundo de hoje, quando uma avalanche de coisas ruins enchem nossos olhos, nas conversas, nos jornais e na TV. Esteja bem consigo, rodeado por pessoas boas(como abidoral e as mulheres), fazendo o que verdadeiramente gosta(sexo e muita transas) e buscando fazer bem e o bem(ajudar os pocotóis), porque certamente assim lhe será mais fácil andar sempre com um sorriso pronto.

16.PROCURAR LUGARES BONS-Afora os que não tem escolha(como os cara do Bugio), por compromissos profissionais, nos demais temos a liberdade de escolher onde freqüentar. Fuja dos que envolvem vícios(exceto sexo), riscos à sua imagem e integridade. Escolha sempre bons lugares(como a casa das mulheres), pelo prazer que lhe podem trazer ou pelas possibilidades de fazer novas e produtivas amizades(e futuras transas).

17.SIM ÀS PESSOAS INTELIGENTES(Como abidoral)-Procure sempre identificá-las por seus indicadores naturais(um belo par de seios, corpinho de garotinha safada). Depois de positiva avaliação apresente-lhes o melhor de sua atenção, tentando conquistá-las por sua dedicação(e pelo bom sexo). Mostre-lhes suas intenções(transar com ela) e o que você tem de bom para oferecer(nao precisa explicar). Estabeleça um fluxo bilateral com troca de vantagens de parte a parte.

18.CONQUISTAR BONS AMIGOS-Estes são nosso maior patrimônio, o que efetivamente se tem e o que realmente conta nesta vida. Os verdadeiros e intensos são poucos. Muito pelo pouco tempo que temos ou que dedicamos a eles. Procure manter comunicação com a maioria deles, aproveitando este instrumento sensacional que são os e-mails, orkut, msn.

19.BUSCAR COISAS PRODUTIVAS-Está bem que precisamos ter nossos momentos de lazer, mas mesmo nestes preocupe-se em encontrar atividades que possam sempre resultar em algo positivo(como o sexo). Nos afazeres profissionais seja persistente na busca de tudo que possa promovê-lo ou levá-lo a algo melhor. Priorize pelos resultados pretendidos.

20.SEMPRE ESTAR BEM APRESENTADO-Esteja certo de que assim agindo a oportunidade estará bem mais próxima e que seu surgimento exigirá imediato aproveitamento. Por isso esteja preparado para, além de merecê-la, não desperdiçá-la. Com ela seu progresso será evidente e seu sucesso se aproximando. Por assim buscá-lo, ele será conseqüente.

esses sao reflexões de como se um cidadão melhor;
pros cara um abraço
pras meninas, meu contato: abidoral@katatudo.com.br

espero ansioso pelos comentarios de voces
abidoral

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Caçola, meu amor prostituto amacord.



Deve ser uns 100 metros ou 150 no máximo, estourando, quase na buchinha do talo, que percorro como exercício esporádico de ir a boca pra comprar maconha; o que é próximo a um posto de conveniência, que também de vez em quando a ansiedade exercita também o hábito de fumar um marbolrão light. Uma boa coca-cola gelada para todo latino-americano, nordestino, do sol escaldante de Sergipe Del Rey, é o meu suspiro irônico.
Assim, em “mon maison”, em meu qurto-mundo arquitetadamente calculado em um caoz organizado, me masturbo pensando em violetas num amontoado de jasmins feito cama, como se eu fosse o cio e as violetas as horas in gozo. E mais um baseado se fecha, baseando em mim o que se faz o meu basear? Ai uuuuuu, mais um suspiro, esse é de dor nas costas, nos olhos retraídos por uma película desgastada, que chega a se abster de fome; o que gera então é uma fome existencial.
Conheço por esses dias, pelos nomes que voam pelo ar, o nome do trafficman que me passa “a coisa” , o seu nome é Imael. Imael é franzino, rosto anguloso 75° graus, e tem cara de homem-bicho, daqueles que tem um futuro promissor de ser decapitado o pinto, achando que ser homem-bicho não se necessita de higiene. O que resta dizer é que o estado de Sergipe Del Rey são aos montes, os homens vendo serem esquartejadas as suas rolas por estarem cheias de pus ou de sebo amarelada que de tanto coçar jorram o vermelho de sangue, “God only knows”, what’s happening?
A resposta vem em segunda, desenvolvo um comércio com Imael; eu dou dez reais por uma trouxa de diamba. Antes, dentro do começo, isso na década de 90 até onde minha memória habita, a Mary hu inflacionou como tudo que se serve como matéria de consumo no capitalismo se inflacionou; hoje uma dóla de dez são no máximo 5 cabeças e o resto é poeira; a poeira é o vicio, as cabeças são a apreciação. Quanto mais cabeças melhor para um bom apreciador. Saber se são vermelhinhas, mangas-rosas, skanks, prensadas ou qualquer haxixe marroquino que esteja presente, como também nas múltiplas formas de ser absorvido (narguilê, cachimbo, balde,peruana, enfim, só EnFin mesmo para apreciar as garrafas), bem quem tem um bom nível de apreciação como todo bom vinho bebido, sabe que é louvável ser critico com toda boa ganja fumada. E hoje a dificuldade mora presente, por isso quando dá, transformamos nossos guetos em Jamaica ou Amsterdã, porque de certa forma carregamos esse paraíso dentro de uma supra-realidade virtual.
O meu relacionamento mercantil em favor da “mind” com Imael, se determina sempre em números. Como se invés de bom dia, ou boa tarde é Quanto? Quero dez, duas de dez ou até mesmo cinquentinha, é quase um exercício teatral onde invés das palavras são números. Existe a espera, e no momento desse aguardo, se concretiza o espaço que irradia os seres que movimentam e alimentam o lugar, um dia tomei meiote de Hoffman e neste dia na coçola, vi realismo fantástico nascer regarder cubismo. Quase sempre na boca há crianças que ficam a trazer um estado lúdico com suas pipas, suas bolas, subindo em pé de manjelão, espantando ou pisando em pintinhos recém-vindos ao mundo, entre seus choros e risos de pés descalços. O lúdico se apresenta irônico quando contextualizamos como cada morador da boca tenta sobreviver, onde essa economia de subsistência se reverencia para um ser-informal.
Imael abusa ou realmente retêm a vida naquilo, que ela tem de mais profano do sagrado que é sobreviver. “As pessoas hoje em dia não vivem, sobrevivem chefia. Oh meu negócio é do preto, do branco, é do crack, é da cola. O meu verbo é a malandragem, é a fuleragem; e o bom malakias nunca sai da escola, pena que nesta estória eu só sei ler e mal escrever, pois num tenho nada a perder não, eu tô a fim de viver e de fuder quando der na telha”, finaliza Imael dando uns tragos num Charuto de Grass ala Cubana Fidel.
A questão, se borbulha, a ver que os niilista-suicidas não estão apenas nos burgueses de Pinkerton que só consomem simulacros na tecnologia demasiada desumana a categorizar artefatos de lombras, toda a sociedade é drogada; uma hipérbole por um parágrafo? Acrescento, de maneira cartesiana que a juventude 007, ou se alivia por droga ilícitas ou de tarjas pretas medicadas contra qualquer síndrome ou transtorno que tenha na cuca, as que estão aprovadas diante da lei são as que são mais exageradas em seu consumo; no caminho do cotidiano a um vicio passageiro, reflete-se a real que todo mundo já sabe, todo mundo fuma maconha. Alguém já tinha falado, suponho que foi o próprio Haxixe: “A maconha é legalizada, vocês não sabiam? Só num é ainda pra lei, mas entre os povos e as pessoas sempre foi. Isso o que chamam de daninha , do capeta, é apenas uma erva, que tem suas utilizações medicinais desde dos índios antes dos colonos invadirem a terra, e até mesmo mística como algo sagrado possuindo aspectos de divindade ao usufruir a maconha; minha mãe mesmo um dia me pegou fumando um, ela me perguntou o que era e eu só respondi que era uma erva, assim se aliviou, depois ela comentou que pensava que era maconha. É ridícula essa conversa, o cânhamo foi legalizado desde de maio de 68”. E meio que assim, a ligação entre corpo, espírito, piada regional, niilismo-suicida, tchutchuplen e sobrevivência está numa real resistência da própria vida automatizada, que se permite se embarcar para o rizoma, sem nenhum axioma possível para não se enraizar. É re-eterno retorno conjugado a espessuras e texturas de máximo, de menos é mais, o engraçado na verdade é o vomitar de vã filosofia a mercê de um qualquer re-significante.
O que vem da natureza, vem antes para comungar do que para consumir. Não quere ser consumido, é uma noia meio contemporânea. Ser consumido? Como assim? Da forma que cada um sabe o que consome ou para os cristãos cada um tem a cruz que merece. No tempo de sambar no capital, a corrida é veloz, e cada trabalhador proletariado possui uma mais-valia imersa no sujeito, não se preocupando com classe e sim com o eu, absurdo? Rs... Calcule essa? Panóptico!
Limo, em preto-branco, dentro da rocha infiltrações de água formando bolhas, no aberto de um céu branco, os olhos rebordosa em soslaio o estado macambúzio do corpo. Os telhados são lindos vermelhos enfileirados de gotas que escorrem da chuva que se preparam para o inicio. E o dia assim toda sua brancura de leite me fazia sonhar.
Lombrou? Relombrei, seria assim dosagem de energia vitaminada de criança sobreposta a cada segundo, uma mamadeira de criatividade ao que é puro destinado ao sacrilégio e o profano. Sem catequeses, depois do almoço , fumo mais unzinho. ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
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ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ a caçola!

sábado, janeiro 13, 2007

Cinismo candura.



Talvez seja muito brega dizer isto mas, tenho certeza que supostamente todos passam por esse momentos de sentimentalismos pueris, então - não há como pensar em uma indiferença, de estar em um sábado, sim um sábado, e não fazer aqueles questionamentos que quando durante estas horas estaria provavelmente bêbado, farreando em algum lugar. Não culpo o fato de não estar bebendo, talvez devesse, porém sinto que já esqueço de certas coisas, não pela bebida obviamente, mas talvez porque o tempo não seja um aliado cúmplice. Sendo assim, e percorrendo estes segundos que restam recorre a mente um apêndice semanal, uma auto-análise estúpida de certas nuances que ultrapassam anos, um sisudo prego cujo oficio resume-se a fartas reminiscências.

Passa, sempre passa, mas será que não voltará? Estranho reconhecer que também volta, sempre voltará. Talvez por isso releve com certo estoicismo este sarcasmo que dá reviravoltas. E além do mais, há coisas que não merecem ser esquecidas.