terça-feira, outubro 17, 2006

Método jornalístico de entrevista, Ping-Pong.

Leitor - O que você entende deste blog?

Albino - Não estou aqui para falar sobre este inseto, o grilo, não caberia a mim descrever as animalidades desta criatura fantástica que aparece e desaparece na natureza, mas que de certa forma faz gozar em suas premissas uma virtude que agrega certas relações que responderá a sua pergunta.

A primeira se conduz ao seu saber, que em si, produz duas subdivisões a partir de seu falar; o saber que produz a existência de si e que produz a existência para si. O seu falar promulga a existência de si, dada a relação de um macho e uma fêmea, uma espécie de forma de acasalamento, reprodução através do grilar, e consecutivamente seu falar conduz sua existência a outras espécies. Esta produção de correlações detém uma assertiva que se manifesta a sua existência e a sua morte, um elo natural que introduz uma forma de expressividade contraditória - o aparecer e desaparecer do ser estão diretamente ligados a esta forma especifica de produção, de forma que isto implica seu aparecimento noturno e desaparecimento matutino. Estas duas subdivisões de seu falar correlacionam diretamente com sua destreza que implica a sua segunda premissa; a sua locomoção modifica dois espaços que se promulgam a partir de seu pulo que se fundem em um movimento dada as forças que o impelem.

Agora penso, o ápice de seu movimento, já que sei de sua existência a partir de seu falar, se concretiza não a partir das diferenças em seus pontos de estar, mas no instante em que se localiza no entre-estar, no se jogar em um pulo que se separa da terra. Não haveria como descrever tal excitação neste não-lugar em que se encontra impelido por forças, este mistério é de certo o fator que impossibilita qualquer crença resumir a sua existência, pois não esta nos pontos, no movimento, nem no seu falar, mas sim em forças internas e externas que colidem resultando em sua aventura natural.

Pois bem, diferentemente daquilo que se crê na comparação do homem ao grilo vejo claramente nuances que impossibilitam uma representação do homem-grilo a um ser comunicativo em extensão quantitativa, a um ser chato, não poderia ser a preocupação, e muito menos um ser que se esconde a partir de sua timidez. Primeiramente pois seu falar estar ligado com sua existência e sua morte mas não necessariamente ligado a seu aparecer e desaparecer, o seu falar é o falar necessário, como uma vontade de poder que promulga tanto um território de vida e tanto um território de morte. Secundariamente sua locomoção estende sua fuga buscando sua excitação ao mudar, aí esta seu ponto máximo diferentemente daquilo que se entende nas comparações ao homem e ao grilo.

O Homem-grilo seria um ativista político que aparece a partir de suas compreensões de um falar necessário, inteligível em sua forma de conteúdo e expressão a partir de seu aparecimento e desaparecimento social. Não há como existir um homem-grilo do dentro da internet dada ao seu instante de um simples aparecer socialmente, territórios aparecem e aparecem, eles simplesmente não desaparecem ao longo do tempo, logo mantendo um extenso meio de pios que se chocam através de forças desnecessárias. Estas forças por simplesmente pelo vies de um lado, que apenas aparece torna-se desnecessário, veja bem, os grilos aparecem jogando-se a existência que ruminam em ruídos fazendo-os acasalar e que os fazem morrer pelos seus predadores, mas sua locomoção o faz criar fugas para desaparecer e renovar este ciclo. Onde esta a renovação deste ciclo? Pelo contrario a internet torna-se um meio enciclopédico de identidades, há criticas que se renovam ao caráter da memória que se estende à computação, que renega o fato da existência da memória curta humana, uma memória que se perde dentro da atualidade sem um inicio e fim, a internet é um meio arborescente onde há finalidades concretas; perceba que não há como quebrar esta identidade (território) sem que se crie uma nova identidade, por quê? Porque o caos esta fora da internet, esta na vida, ela apenas faz parte dela como um meio cognitivo apenas. Por isso o saber político se perde em divagações sempre não atuais, que difere do livro por exemplo que se estende no tempo, mas também se perde no tempo.

Parece confuso, principalmente pelo conceito 'real' que a internet promulga em sites de noticias online e de acontecimentos em tempo real, e todas essas outras coisas que supostamente introduzem elementos de realidade, de composição de identidades e formação de identidades a partir de sua interatividade. O Homem-grilo não existirá, mas existirá saberes políticos, uma contradição essencialmente ineficaz a ação, vou fazer aqui uma critica àqueles que permeiam uma utilidade social a esta por meio de falsas pretensões de ações políticas, não há como haver o aparecimento e desaparecimento visto que identidades se sobrepõem sem necessidade natural, transformar a ação inexiste na internet, é um meio de registro da própria ação apenas, o Homem-grilo registra as suas ações, que por sinal podem ainda ser 'verdadeiras' ou 'falsas' (risos).

Leitor - Este meio será pra registrar as ações de seus componentes?

Albino - Pois bem, aí que faço uma critica aos próprios integrantes deste blog em que participo, suas próprias formas de percepção do real estão alienadas. Primeiro tresvarios_escrotus que é um cínico, utiliza da falácia para divagar em questões que não estão nem no real e nem nesta virtualidade, criando uma identidade que será para zombar propriamente do conceito da internet sendo o próprio conceito. Segundo zllatanov que será o mais perdido entre todos com seus devaneios de realidade, buscando uma contradição que inexiste na internet, dado que a liberdade só existe no principio em que se promulga a um passado, e passado inexiste na internet, ele sempre se renova preenchendo um campo de identidades, isto é relativo às suas divagações sobre um diário que nunca existirá dentro da internet, fato é que ainda não há uma critica feraz a este conceito de presente continuo e cheio de identidades. Terceiro a pornografia excessiva de Abidoral, a sua pornografia remete a um anseio incoerente de promulgação de ações reais sendo que recaem dentro do campo de possibilidades de uma afirmação verdadeira ou falsa, por isso ainda não há mistificação de seus textos, acredito eu que deverá tornar real estes textos, tomo por base a escrita de um 'Newman Surucupira' que transmite veracidade em seus atos literários, e de forma que justifique também seus desejos de perversão das moralidades. Quarto, os outros integrantes não demonstraram nenhuma relação com este blog de forma que acredito que foi uma ação até a das mais plausíveis. E por ultimo, acredito que seja o mais débil por estar aqui justificando que sou a própria identidade critica do blog, como alguns leitores queriam que fosse (risos).

Leitor - Qual a identidade política a ser tomada neste blog?

Albino - A da democracia ignóbil, todos são livres para falarem as besteiras que quiserem, talvez esta seja a critica mais feroz deste blog.

Leitor - Obrigado pela entrevista.

Albino - Espero que vocês jornalistas não recortem a entrevista, já que escrevem sobre a verdade de maneira que apenas imperam o discusso da falsa neutralidade, como código para proliferar o senso-comum a um todo. No mais, obrigado a você pela entrevista.