quarta-feira, janeiro 17, 2007

Caçola, meu amor prostituto amacord.



Deve ser uns 100 metros ou 150 no máximo, estourando, quase na buchinha do talo, que percorro como exercício esporádico de ir a boca pra comprar maconha; o que é próximo a um posto de conveniência, que também de vez em quando a ansiedade exercita também o hábito de fumar um marbolrão light. Uma boa coca-cola gelada para todo latino-americano, nordestino, do sol escaldante de Sergipe Del Rey, é o meu suspiro irônico.
Assim, em “mon maison”, em meu qurto-mundo arquitetadamente calculado em um caoz organizado, me masturbo pensando em violetas num amontoado de jasmins feito cama, como se eu fosse o cio e as violetas as horas in gozo. E mais um baseado se fecha, baseando em mim o que se faz o meu basear? Ai uuuuuu, mais um suspiro, esse é de dor nas costas, nos olhos retraídos por uma película desgastada, que chega a se abster de fome; o que gera então é uma fome existencial.
Conheço por esses dias, pelos nomes que voam pelo ar, o nome do trafficman que me passa “a coisa” , o seu nome é Imael. Imael é franzino, rosto anguloso 75° graus, e tem cara de homem-bicho, daqueles que tem um futuro promissor de ser decapitado o pinto, achando que ser homem-bicho não se necessita de higiene. O que resta dizer é que o estado de Sergipe Del Rey são aos montes, os homens vendo serem esquartejadas as suas rolas por estarem cheias de pus ou de sebo amarelada que de tanto coçar jorram o vermelho de sangue, “God only knows”, what’s happening?
A resposta vem em segunda, desenvolvo um comércio com Imael; eu dou dez reais por uma trouxa de diamba. Antes, dentro do começo, isso na década de 90 até onde minha memória habita, a Mary hu inflacionou como tudo que se serve como matéria de consumo no capitalismo se inflacionou; hoje uma dóla de dez são no máximo 5 cabeças e o resto é poeira; a poeira é o vicio, as cabeças são a apreciação. Quanto mais cabeças melhor para um bom apreciador. Saber se são vermelhinhas, mangas-rosas, skanks, prensadas ou qualquer haxixe marroquino que esteja presente, como também nas múltiplas formas de ser absorvido (narguilê, cachimbo, balde,peruana, enfim, só EnFin mesmo para apreciar as garrafas), bem quem tem um bom nível de apreciação como todo bom vinho bebido, sabe que é louvável ser critico com toda boa ganja fumada. E hoje a dificuldade mora presente, por isso quando dá, transformamos nossos guetos em Jamaica ou Amsterdã, porque de certa forma carregamos esse paraíso dentro de uma supra-realidade virtual.
O meu relacionamento mercantil em favor da “mind” com Imael, se determina sempre em números. Como se invés de bom dia, ou boa tarde é Quanto? Quero dez, duas de dez ou até mesmo cinquentinha, é quase um exercício teatral onde invés das palavras são números. Existe a espera, e no momento desse aguardo, se concretiza o espaço que irradia os seres que movimentam e alimentam o lugar, um dia tomei meiote de Hoffman e neste dia na coçola, vi realismo fantástico nascer regarder cubismo. Quase sempre na boca há crianças que ficam a trazer um estado lúdico com suas pipas, suas bolas, subindo em pé de manjelão, espantando ou pisando em pintinhos recém-vindos ao mundo, entre seus choros e risos de pés descalços. O lúdico se apresenta irônico quando contextualizamos como cada morador da boca tenta sobreviver, onde essa economia de subsistência se reverencia para um ser-informal.
Imael abusa ou realmente retêm a vida naquilo, que ela tem de mais profano do sagrado que é sobreviver. “As pessoas hoje em dia não vivem, sobrevivem chefia. Oh meu negócio é do preto, do branco, é do crack, é da cola. O meu verbo é a malandragem, é a fuleragem; e o bom malakias nunca sai da escola, pena que nesta estória eu só sei ler e mal escrever, pois num tenho nada a perder não, eu tô a fim de viver e de fuder quando der na telha”, finaliza Imael dando uns tragos num Charuto de Grass ala Cubana Fidel.
A questão, se borbulha, a ver que os niilista-suicidas não estão apenas nos burgueses de Pinkerton que só consomem simulacros na tecnologia demasiada desumana a categorizar artefatos de lombras, toda a sociedade é drogada; uma hipérbole por um parágrafo? Acrescento, de maneira cartesiana que a juventude 007, ou se alivia por droga ilícitas ou de tarjas pretas medicadas contra qualquer síndrome ou transtorno que tenha na cuca, as que estão aprovadas diante da lei são as que são mais exageradas em seu consumo; no caminho do cotidiano a um vicio passageiro, reflete-se a real que todo mundo já sabe, todo mundo fuma maconha. Alguém já tinha falado, suponho que foi o próprio Haxixe: “A maconha é legalizada, vocês não sabiam? Só num é ainda pra lei, mas entre os povos e as pessoas sempre foi. Isso o que chamam de daninha , do capeta, é apenas uma erva, que tem suas utilizações medicinais desde dos índios antes dos colonos invadirem a terra, e até mesmo mística como algo sagrado possuindo aspectos de divindade ao usufruir a maconha; minha mãe mesmo um dia me pegou fumando um, ela me perguntou o que era e eu só respondi que era uma erva, assim se aliviou, depois ela comentou que pensava que era maconha. É ridícula essa conversa, o cânhamo foi legalizado desde de maio de 68”. E meio que assim, a ligação entre corpo, espírito, piada regional, niilismo-suicida, tchutchuplen e sobrevivência está numa real resistência da própria vida automatizada, que se permite se embarcar para o rizoma, sem nenhum axioma possível para não se enraizar. É re-eterno retorno conjugado a espessuras e texturas de máximo, de menos é mais, o engraçado na verdade é o vomitar de vã filosofia a mercê de um qualquer re-significante.
O que vem da natureza, vem antes para comungar do que para consumir. Não quere ser consumido, é uma noia meio contemporânea. Ser consumido? Como assim? Da forma que cada um sabe o que consome ou para os cristãos cada um tem a cruz que merece. No tempo de sambar no capital, a corrida é veloz, e cada trabalhador proletariado possui uma mais-valia imersa no sujeito, não se preocupando com classe e sim com o eu, absurdo? Rs... Calcule essa? Panóptico!
Limo, em preto-branco, dentro da rocha infiltrações de água formando bolhas, no aberto de um céu branco, os olhos rebordosa em soslaio o estado macambúzio do corpo. Os telhados são lindos vermelhos enfileirados de gotas que escorrem da chuva que se preparam para o inicio. E o dia assim toda sua brancura de leite me fazia sonhar.
Lombrou? Relombrei, seria assim dosagem de energia vitaminada de criança sobreposta a cada segundo, uma mamadeira de criatividade ao que é puro destinado ao sacrilégio e o profano. Sem catequeses, depois do almoço , fumo mais unzinho. ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
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ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ a caçola!