terça-feira, maio 15, 2007

Tristesse.

O que seria a tristeza? Haveria de alguma forma propor um conceito fiel a tal estado de espírito? De certo que, poderia opor a outro estado de espírito que é recorrente à afecção do homem – a felicidade, nos é dada, em evidência, como um estado afirmativo de uma alma quanto à vida, sendo de tal forma uma oposição à negatividade da tristeza.

Mas, ainda sim, seria satisfatório tomar conceitos abstratos reduzindo-se a uma evidência daquilo que é por afirmativo e negativo? Se caso correto, a univocidade do individuo não estaria afetada? Parece que tais definições obscurecem ainda mais o individuo, sabendo que, em sua individualidade, a afirmação e negação são inerentes quanto ao seu pensar, quanto aos estados que se sucedem à sua particularidade existencial.

Antes, mesmo que pareça e seja ainda insatisfatório, recorro a uma questão sobre as demais postagens escritas para justificá-las. Justificá-las pois, é desta mesma questão, acima citada, que irá discorrer o problema quanto às individualidades exprimidas pela Internet – ou, sendo mais incisivo, quanto à produção deste meio técnico de formas individualizadas de pensar.

Conquanto, será necessário deixar claro que; a justificativa dada não será tratada como uma resposta eficiente. Eficiente – enfatizo – pois não será possível um estudo que compreenderá a complexidade do tema. Tal complexidade é possível de se perceber quanto às questões que se abrem tanto explicitamente, e tanto implicitamente ao discorrer sobre tal questão: o meio técnico como forma de produção de individualidades. Doravante, questões tais como; o meio técnico, a produção de saber, a univocidade, a existência do homem, dentre outras que aqui se revela são questões que irão ficar suspensas para serem abordadas posteriormente.

Com efeito, cabe aqui apenas alentar sobre o tema que se propõe. Em virtude, desta maneira, do já enunciado aventuro-me à questão e, inocentemente, salto às questões que se abrem, que pedem a serem respondidas. Salto para outro problema que é crucial para aquilo que se remete a individualidades na Internet, a saber;

Este meio técnico seria produto da individuação daqueles que o escrevem?

Recorro aqui a Derrida, mesmo não querendo recorrer a qualquer citação, pois não haveria porque reduzir um pensamento tão vasto a um texto tal como este, porém; “não há nada fora do texto” pois é nele que se submete não só o pensar que o habita, mas ‘rastros’ de outras formas de pensar que lhe são diferentes, logo, é nele mesmo que se afirma e que o supera.

Operei aqui a uma proposição para levantar o tema a ser abordado nesta postagem. Tomar algo mundano como a tristeza, que se remete às experiências cotidianas, num meio de produção incessantes de individualidades, banalizaria qualquer demonstração do assunto. Desta forma, precisaria demonstrar que é no cotidiano mesmo que tanto o texto quanto o meio técnico opera. Ora, é no ser que o ente se demonstra, ou seja, o individuo existe quanto ao acontecimento, para a experiência de ser, assim, o texto quanto acontecimento é para o mundo, e é para a técnica que se faz presente no mundo.

Por fim, deixo aqui o tema ou o problema que me é entristecedor, aquilo que ouvi recentemente e espantou-me, negativamente;

“Eu quero sentir meu corpo”.
Aqui jaz a decadência do homem atual.

4 comentários:

Bacondê Zungu disse...

Preciso dizer que não pude compreender como a introdução, por inteiro, justifica problema. O que o relaciona à "produção deste meio técnico de formas individualizadas de pensar".

No entanto, posso afirmar que a problemática da dualidade mente/corpo - e de muitas outras dualidades contrapostas - é problema antigo. E de difícil solução racional - de fato, impossibilidade de a razão conhecer as causas primeiras e últimas dos fenômenos faz parte da argumentação Bergsoniana.

Mas essa frase, a do problema, não foi usada num sentido metafórico, ou como consequência de uma tetraplegia?

Anônimo disse...

derrida vc ta de brincadeira né thiago..
desisti dessa vida maluco..
sexta q vem tem tayrone no vasco..bora torar umas cocotar malucos...vc morre!

tresvarios escrotos disse...

kkkkkkkkkkkk... É peraí, Brunão.

O Vasco da Gama é a beleza do primitivismo da carne. Ela cede, ela corta.

tresvarios escrotos disse...

Caro Bacondê Zungu,

O que seria o texto?, que senão fragmentário, desconexo, de formas avulsas, e mesmo assim, um caminho, uma linguagem que se faz através do jogo significante?

De maneira que, deve-se admitir que os signos estão postos, ou até mesmo, dados antes mesmo do texto ser criado. Por isso ele não é um ato final, ou até mesmo inicial, ele é temático, e é um registro.

Você desta forma pode criticar a temática abordada, que por sua vez nada é de nova, nada é de diferente. Ela é factual, com efeito, a frase dita ao final justifica-se por si mesma e justica-se ao longo do texto; "Eu quero sentir meu corpo", *abordarei isto no final deste texto, preciso provocar ainda mais.

Ademais, atesto que caso não tenha feito certa relação entre suas partes é pois elas não necessitam de uma configuração que façam ser partes que compõe o todo. Introdução, desenvolvimento e conclusão são maneiras de estruturar o pensamento em uma linha evolutiva cujo pensar caminha em uma linha reta.

Desta forma creio eu que isso seja algo normal devido ao militarismo escolar atual, eles produzem o medo contra a descentralização, principalmente quando se trata do Logos linguistico. E este logos linguistico aborda uma complexidade quanto ao pensamento, ele é regrado por conjuções, proposições lógicas sustentáveis, ou, quando não, aplica ao próprio corpo - como a respiração dada pelas 'virgulas' para indicar seu movimento ideal de respirar.

Conquanto, é do texto que falamos, e é dele que se pergunta, que se questiona. Assim, sobre a relação da questão que envolve a tecnica e a afecção, creio que não possa ser explanado, já que isto, como deixei bem claro, precisaria adentrar em um certo estudo. Apenas demonstrei certas implicações e o que estas implicações se referem à questão do registro.

Então, escrever ou registrar, por exemplo; "Eu quero sentir meu corpo" reflete, significativamente, o que linguisticamente o Eu, a razão, opera sobre o corpo um desejo em dominá-lo. O verbo querer denomina esta divisão entre o sujeito e objeto, só que esta divisão é decante pois ela divide o mesmo em duas partes diferentes. Ademais, o corpo já sente antes mesmo que sua mente reconheça.

Esta frase, embola todo o texto. Pois ela reconhece um problema linguistico metafisico, e como também refere-se a um outro problema implicito que seria problematico caso não operasse o problema do meio tecnico, ou seja; O uso do signo, como registro do pensamento.

Ao situar, a decadencia desta frase, creio eu ter sido por demais explanador no inicio do texto sobre a experiencia, e que é a experiencia de ser, da tristeza, não se coloca como uma evidencia metafisica, mas que se coloca num jogo mundano, da experiencia do individuo. Logo, o individuo existe para o acontecimento. E desta forma o eu que a priori tem a consciencia da ação não se justificaria além de um desejo psiquico, que poderia se presentificar ou não.

Em relação, aos problemas abordados, volto-me a questão da pergunta à introdução (que acho que não seja a introdução, mas tendo que prover um inicio recorri a este). Como justificar um eu, que se virtualiza ao explanar sobre uma sensação mundana, mas que a sensação e explanação são mundanas ao se virtualizar num meio tecnico que se demonstra no mundo? O real e virtual se assemelham, não existe mais o processo metafisico, o dualismos real/virtual, corpo/alma, afirmação/negação tornam possibilidades. É nisto que tanto a tecnica é predominante, ela cria a ideia de trasncedencia, mas ela se opera no mundo, e é para o mundo. A internet, com a suposta ideia de virtual, ou tentativa de criar um mundo onde se recrie os sentidos num mundo de calculos matematicos.

bom... Creio eu ser isto, mas que precise ser feito um estudo a fundo sobre isto.